Rafael Sotocorno, 30 anos, filho de José Ivo Sotocorno e Maria Cristina Perego Sotocorno. Tem dois irmãos, Felipe Sotocorno e Vinícius Sotocorno. Nasceu em Presidente Prudente (SP) no dia 6 de setembro de 1990. Durante anos, morou com os pais numa propriedade rural de Anhumas (SP).
Rafael na formatura do primeiro ano da pré-escola, em 7 de dezembro de 1997 (Maria Cristina / Cedida)
Meses depois do nascimento, em 9 de novembro, foi batizado. Sua comunidade de origem é a Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Regente Feijó (SP). Tinha o hábito de frequentar a Capela Santo Antônio, do bairro Palmitalzinho, nessa mesma cidade.
Rafael ao lado do padre Pedro Milton Guarinăo, durante rito da Primeira Eucaristia na Capela Santo Antônio, em 2001 (Maria Cristina / Cedida)
Desde criança, Rafael já dava indícios de sua futura vocação para o sacerdócio, é o que contam os pais do diácono. “Ele brincava de missa com os irmãos. Também tinha muita dedicação com a Infância Missionária e a catequese aqui no bairro. Apesar da comunidade ser pequena e rural, Rafael tinha e tem muito zelo com as coisas de Deus”, afirma a mãe.
Rafael e o amigo, Marcelo Bosisio, durante o momento do ofertório da Primeira Eucaristia (Maria Cristina / Cedida)
O garoto
Rafael sempre foi criativo, tanto que o irmão Vinícius Sotocorno, 26, frei religioso, conta que tem várias memórias engraçadas juntos, inclusive, algumas situações deperigo de vida. A primeira que ele relembra foi durante o período de festa junina, quando criaram um campo minado:
“Estava cheio daquelas bombas e nós falamos: ‘nossa, que ideia genial, vamos fazer bombas’ (risos). Queríamos explodir garrafão de vinho, latinha de margarina, lata de conserva, a gente explodia tudo o que achava. Deus nos protegia e agora paramos de explodir as coisas e estamos querendo construir o Reino de Deus, ao invés de querer ficar destruindo (risos)”, explica Vinícius.
Já o outro irmão, Felipe Sotocorno, 27, pecuarista, afirma, em tom de risada, que quando era criança, durante uma brincadeira, Rafael acabou acertando uma pedrada na cabeça dele. Ele foi levado ao hospital, tomou três pontos e ficou bem. “Além de irmãos, somos amigos e sempre nos demos bem”.
Vinícius fala que: “As brincadeiras eram todas deste nível, assim, bem perigosas. Ele era um irmão mais velho ‘meio terrorista’. Vocês não sabem disso, mas ele arrancou meu dente com uma joelhada na minha boca (risos)”.
Apesar das brincadeiras, os irmãos relatam que quando os pais descobriam o que eles faziam juntos, era aquele brigueiro.
Rafael e os pais na apresentação da formatura da pré-escola em 1997 (Maria Cristina / Cedida)
Em uma das histórias, o pai afirma que desde cedo, os filhos foram incentivados a ajudar com os afazeres do sítio. Tanto é que, um dia, após tratar do gado, Rafael conduzia o trator e em um momento de distração do pai que foi abrir a porteira, o filho acelerou e não deu tempo de alcançá-lo. “Ele caiu dentro da trincheira. Por sorte, ficou segurando o volante, na hora que o trator tombou. Graças a Deus, nada aconteceu”.
Outro livramento foi quando Rafael tinha três anos. Depois de uma noite de chuva, ele brincava próximo de um buraco de terra, que usava para fazer experiências com armazenamento de milho. “Distraído, caiu dentro e ficou com a água até o pescoço. Gritando e chorando, ele tentava sair, mas não conseguia. De tanto gritar, o tio dele ouviu e foi ver o que estava acontecendo e conseguiu tirá-lo”, conta José Ivo.
Com outros olhos e tirando isso como lição, Maria Cristina acredita que os acidentes de infância que se passaram com o Rafael era Deus agindo, defendendo e o preparando a viver esse momento de entrega. “Deus tem um propósito na vida dele de se tornar um dos seus servidores. Servidores todos nós somos, mas os sacerdotes servem de maneira mais próxima.”
Família Sotocorno reunida para as bodas de ouro dos avós, José Sotocorno e Angelina Bosisio Sotocorno (Maria Cristina / Cedida)
Chamado de Deus
De 2010 a 2012, Rafael atuou como professor, após se formar na Faculdade de Ciências Biológicas na Unoeste. Com o passar do tempo, buscou discernir melhor sua vocação.
Família de Rafael reunida na formatura do curso de Ciências Biológicas, em 2010 (Maria Cristina / Cedida)
Na visão da família, inclusive da mãe, a escolha dele para o sacerdócio foi uma surpresa. “O Rafael já havia escolhido o caminho da educação. Eu achei que ele seria professor pra vida toda.”
Vinícius, o irmão mais novo, também discerniu a vocação e foi em busca de se tornar frei. Ele conta que o chamado de Cristo foi recíproco entre eles. “A vocação tem algo de muito particular, mas acredito sim, que o fato de eu ter uma decisão vocacional, bem ajudou ele [Rafael] a responder a vocação que o Senhor tinha para ele.”
Em suas escolhas para a vida religiosa, o irmão relata que teve influência positiva do Rafael em sua designação. “Nós sempre estávamos juntos e éramos muito próximos nessas coisas de igreja. Era ele quem me acompanhava, me levava nos lugares e em retiros. Eu acredito que ele foi uma pessoa que me sustentou muito nessa vida de oração e que me acompanhava demais”.
Irmão Vinícius junto com o Rafael durante a Ordenação Diaconal em dezembro de 2020 (Pascom Diocesana / Arquivo)
Decisão
Enquanto os filhos estavam próximos, em casa, o pai procurava ensinar o amor a Deus, o cuidado com a Igreja e como ser um homem de bem. Em suas visitas ao Santíssimo Sacramento, ele rezava: “Eu pedia a Deus que, se fosse do seu agrado, chamasse um dos meus filhos para a vocação sacerdotal. Hoje o sentimento é de alegria, de gratidão, por ter atendido meu pedido.”
Pai de Rafael afirmou que pedia para que fosse feita a vontade de Deus na vida dos filhos (Pascom Diocesana / Arquivo)
Sempre com uma vida de igreja, a mãe afirma que, em 2013, tanto o Rafael quanto Vinicius, saíram de casa para seguir a vocação religiosa. Apesar de ter sido um momento de muita dor, principalmente devido ao seu lado materno, no final ficou feliz por saber que estavam indo realizar a missão que foi concedida.
Maria Cristina conta que ficou feliz com a vocação do filho (Pascom Diocesana / Arquivo)
Rafael seguiu para ser sacerdote diocesano de Presidente Prudente. Já Vinicius Sotocorno recebeu o chamado para se tornar frei da Congregação Copiosa Redenção. “Na minha congregação, parte do processo formativo é na Itália. Em 2018, fiz meu noviciado, que é quando nos preparamos para a profissão dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. Já no final de 2020, comecei a formação teológica, a qual estou fazendo até agora”, explica o irmão.
Irmão Vinícius, Rafael e amigo seminarista comungando no altar (Vinícius / Cedida)
Personalidade
Mesmo Rafael se definindo como uma pessoa tímida, mas ao mesmo tempo aberta ao diálogo e conversa com as pessoas, sempre foi de grande inspiração para os irmãos. “O que mais inspira nele é o seu amor ao sacerdócio e amor ao próximo”, relata Felipe, que afirmou ter ficado feliz pelo chamado do irmão.
Família Sotocorno na Paróquia Nossa Senhora Aparecida:. “Ele é mais do que um irmão, é um amigo”, diz Felipe (à esq.)(Felipe / Cedida)
Para Vinicius, o Rafael sempre foi uma pessoa alegre e muito leve. “Uma leveza para viver as coisas, uma tranquilidade. Ele tem uma certa segurança diante das coisas, mesmo com aquelas que não dão certo. Ele sabe viver e fazer amizades, conversar e conviver de uma maneira humilde, simples. Isso mostra a grandeza dele para mim.”
Mensagem de Carinho
Como forma de homenageá-lo, trouxemos algumas mensagens de carinho gravadas pelos familiares.
“O seu chamado muito significa para mim, pois vai se realizar não só um sonho dele, mas o meu também”, destaca o pai, José Ivo Sotocorno
Mensagem do pai
“Nesse momento, eu elevo a Deus a minha gratidão por tê-lo como filho. Ao Cristo, eterno sacerdote, peço que indique o caminho da alegria do Evangelho e, ao Espírito Santo, peço que te guie, no serviço ardente em favor daqueles que se aproximarem”, expressa a mãe, Maria Cristina Perego Sotocorno.
Mensagem da mãe
“Se você chegou hoje na sua ordenação, não foi por vontade própria somente, mas foi pela força de Deus. […] Que você possa ser não só um bom padre, mas um santo padre, porque a santidade é a nossa meta, é o objetivo que vai nos aproximar da eternidade junto com Deus” , afirma Vinícius Sotocorno.
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