De 24 a 31 de março, o Santuário Nossa Senhora do Carmo realizou diversas atividades e celebrações especiais da tradicional Semana Santa 2024, com muitas novidades e intensa participação dos jovens na condução das atividades. Foi durante esses dias que a comunidade se uniu para celebrar todo triunfo de Cristo e anunciar sua paixão por todos nós, na matriz e capelas.
Pela primeira vez à frente desta “Semana Maior”, o atual pároco, padre Edcarlos Amorim Moreira, considera que “foi uma semana de bençãos, o envolvimento das pessoas, a alegria das pessoas, a entrega das pessoas, a participação todos os dias, em cada horário das atividades”.
O padre destaca o esforço da comunidade nesses dias. “O que mais me chamou atenção foi a dedicação e o empenho dos jovens. Não posso esquecer do esforço da Nancy aqui da paróquia, super dedicada em todas as atividades, sempre humilde, servindo, não gosta de se aparecer, é para glorificar o Senhor mesmo”.
A Programação
No catolicismo, a Semana Santa não tem uma data fixa, ou seja, é uma data móvel, celebrada na última semana da Quaresma, com todos os eventos que levaram à crucificação de Cristo, terminando com o Domingo de Páscoa.
O pároco explica a importância de todos participarem desses dias e vivenciarem um pouco do que aconteceu com Jesus em seus últimos momentos na Terra. “É nela que celebramos o mais sagrado na fé católica, que é a ressurreição de Jesus Cristo”, completa. Neste ano, a programação iniciou com distinção, no dia 24 de março, com o Domingo de Ramos, quando a comunidade recriou a entrada de Cristo, em Jerusalém, e reconheceu mais uma vez Jesus como “Aquele que vem em nome do Senhor”. Esse dia não é uma repetição apenas da cena, mas um sacramento da fé cristã, na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades.
Na segunda-feira (25/03), ocorreu a Celebração Eucarística seguida da “Procissão do Encontro” pelas ruas do bairro. Nesse dia, a comunidade reviveu o momento que marca o encontro de Maria (Nossa Senhora das Dores) com o seu Filho (Nosso Senhor do Passos), Jesus Cristo, carregando a cruz no caminho do calvário, depois de ser flagelado, coroado de espinhos e condenado à morte por Pilatos.
Na Terça-feira Santa (26/03), houve a Reflexão sobre as 7 Dores de Nossa Senhora, junto com a Celebração Eucarística, quando a comunidade pôde meditar sobre o doloroso encontro de Mãe e Filho, assim refletir sobre as dores da Mãe de Jesus, desde o seu nascimento até a Sua morte na Cruz. Jesus sofreu a Paixão; a Virgem sofreu a compaixão por nós.
“Modificamos algumas coisas como a Procissão do Encontro, que passou a ser segunda-feira, e as 7 Dores de Nossa Senhora na terça-feira, porque é o dia em que celebramos os mistérios dolorosos”, explica padre Edcarlos.
Na Quarta-feira Santa (27/03), além da Celebração da Palavra, teve ainda a Via Sacra Meditada com a participação do pregador Astromar Braga, durante o Grupo de Oração. Com o tema “Ele morreu por nós”, foram projetadas as imagens no telão da igreja de cada uma das 14 estações.
“O objetivo foi viver a paixão e morte de Jesus Cristo. É algo muito forte na qual nós podemos dizer: experimentamos novamente as dores de Cristo. Não é ter um servo sofredor apenas, mas saber e descobrir que foi por cada um de nós que Jesus sofreu tudo isso, para me resgatar do pecado e para me dar o perdão de tudo, de todas as minhas faltas”, explica Astromar.
Dando início ao Tríduo Pascal, na quinta-feira (28/03), ocorreu a Missa da Ceia do Senhor e, logo após, os fiéis puderam participar da Vigília Eucarística realizada este ano na própria Igreja Matriz, com a participação de centenas de pessoas.
Esse dia foi marcado pela Instituição da Eucaristia e o tradicional rito de lava-pés, em memória ao ato de Cristo lavar os pés de seus discípulos. Além disso, Jesus narra aos seus discípulos tudo o que aconteceria com Ele (a traição cometida por Judas Iscariotes e a negação de Cristo realizada por Pedro) e termina com sua prisão.
Na sequência, a Igreja fez referência à crucificação e morte de Jesus ao celebrar a Sexta-feira da Paixão, no dia 29 de março.
As atividades começaram às 16h, com o primeiro dia da Novena da Divina Misericórdia seguida da Celebração da Santa Cruz.
Logo depois, Procissão do Senhor Morto em direção ao IBC, onde ocorreu a tradicional encenação da Paixão de Cristo, com um público estimado de mais de 2.500 pessoas.
“Essa encenação é muito importante para fortalecer ainda mais a nossa fé, crer no poder da cruz que nos leva para a vida eterna. Nós não devemos jamais esquecer do amor de Deus para conosco, esse amor que foi derramado para nos salvar, a fim de que nós possamos também dar a vida pelos nossos irmãos, no perdão e na misericórdia”, destaca o pároco, padre Edcarlos Amorim Moreira.
Aberto ao público, o teatro contou com cerca de 150 voluntários divididos em atores, manutenção e apoio. “São sete integrantes na coordenação do teatro e uma média de 60 atores. Existe ainda uma equipe de montagem, estrutura, iluminação e figurino, além do mistério de música e pregação, todos orientados pelo padre Edcarlos”, diz uma das diretoras de elenco, Ana Raquel Ersina Navarro.
No penúltimo dia, no Sábado Santo (30/03), a comunidade participou de uma única celebração noturna, a Vigília Pascal, com a Crisma de 13 adultos, dos quais três deles também foram batizados, e os outros receberam a primeira eucaristia. O Sábado Santo é rico nos sinais, nos gestos e símbolos. Como também é quando Jesus trava uma batalha espiritual, desce ao inferno e triunfa sobre a morte. Esse é um dos momentos mais aguardados durante a Semana Santa, pois representa o cerne da fé cristã: a vitória sobre a morte.
Na Vigília Pascal, até as luzes da Igreja são apagadas e todos se reúnem na escuridão na qual ocorreu a bênção do fogo. O Círio Pascal, uma vela bem grande, é aceso representando o fogo novo, trazendo o ano que estamos vivendo e duas letras do alfabeto grego, ou seja, o Alfa e o Ômega, que representam Jesus, nossa Luz, Princípio e Fim de tudo e de todos, Senhor do tempo e da história.
Por fim, a Igreja chegou ao dia mais importante da Semana Santa, o Domingo de Páscoa (31/03), ou seja, dia de celebrar a ressurreição do filho de Deus.
Mais do que chocolate, ovos e doces, a Páscoa representa o caminho que liberta dos pecados, leva para uma vida de santidade e relembra, principalmente, a crucificação e ressurreição de Jesus, motivo esse para crer na vida eterna.
O termo Páscoa deriva de ‘pessach’, oriundo do hebraico e dos termos pascha (latim), e paskha (grego). A festividade foi iniciada pelos judeus e no cristianismo passou a ser comemorada com um novo sentido, após a vinda de Jesus.
A Igreja Católica inseriu a Páscoa no calendário durante o Concílio de Nicéia, em 325 d.C., e determinou que a primeira lua cheia, após o equinócio de primavera no Hemisfério Norte, seria a data para se iniciar a comemoração, ou seja, que ocorresse todos os anos durante o período que fica entre 22 de março e 25 de abril.
Por fim, padre Edcarlos compartilha que: “a mensagem que fica para os cristãos é que a Igreja Católica é viva, é a Igreja de Jesus Cristo. Todos aqueles que realmente vivem o que ela ensina certamente serão ressuscitados com Cristo, passarão por dores, por dificuldades, carregarão a cruz, cairão, mas o Senhor sempre vai nos levantar. O Senhor está vivo e ressuscitado no meio de nós, creiamos e obedeçamos a Ele todos os dias. Que Deus dê a todos uma Santa Páscoa”.
Tempo Pascal
A partir do Domingo da Ressurreição até o Domingo de Pentecostes, a Igreja dedica cinquenta dias para celebrar com grande júbilo este período que marca a vitória de Cristo sobre a morte.
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